Estou montando três armies em paralelo: Circle, Khador e Cygnar, e decidi fazer estilos de bases diferentes para cada um. Para Circle já estou usando um esquema de pedra e grama, e resolvi que Cygnar seria algo mais urbano, mas com duas condições:
1. Simples e rápido de executar
2. rápido de executar, e simples.
A idéia é que como tenho tantos modelos na fila, não posso me dar ao luxo de gastar horas em basing além do tempo que os modelos já tomam.
Resolvi que o clássico “greenstuff riscado com estilete” deveria ser fácil e rápido, mas riscar tijolos de maneira convincente demora demais, e estamos falando de mais de 60 bases para já! Simplesmente não resolve. Pensei em fazer algumas bases bem caprichadas, tirar os moldes em silicone e replicar em resina, mas também rolou uma preguiça.
Até que esbarrei no vídeo abaixo, que tem uma solução bem interessante, usando moldes em plástico:
Os moldes dela estão à venda no site, e eu juro que ia comprar, mas com 2 meses para chegar as compras aqui não ia me bastar. Então resolvi fazer meus próprios moldes, primeiro um em acetato:
O modelo de acetato rasga/quebra muito facilmente e oferece pouca profundidade.
Não gostei desse. Muito raso, quando eu ia aplicar pressão no molde acabava deformando os tijolos, e fica muito frágil, não gostei. Resolvi que a pouca profundidade e resistência seriam contornáveis com uso de plasticard, e botei mãos à obra. Eu tinha dois tipos de plasticard na minha pasta de materiais; um é todo branco, duro, uniforme, parece um cano de PVC aberto em uma folha. Esse é bem chato de trabalhar, meio duro de cortar. O outro é mais amigável, ele tem dois materiais, de um lado uma folha fina de plástico tipo um PVC, com um acabamento liso, meio “fórmica”, e do outro lado é uma camada de 1mm mais ou menos de um material mais macio, fácil de lidar. Usei esse.
Risquei os tijolos no “verso” do meu plasticard. Aproximadamente 2.5mm x 5mm por tijolo.
Primeiramente risquei os tijolos, e resolvi cortá-los. Depois dos primeiros logo vi que cortar direto com o estilete era uma má idéia, pois a lâmina do estilete empurra o material para os lados, e como estou deixando linhas muito finas entre os tijolos, corria um risco grave de quebrá-los. Resolvi mudar minha abordagem para uma de duas etapas.
Os furos vão te ajudar a cortar a “frente” do plasticard sem rasgar.
De início faço quatro furos-guia no tijolo; não quero encostar nas linhas que desenhei, tenho que guardar um espaço para poder errar.
Note como eu deixei os furos mais “pra dentro” do tijolo. É isso mesmo, quero ter uma margem de erro.
Depois de feitas as guias, vou para o lado branco e ligo os pontos, cortando com o estilete com muito cuidado para não escapar para fora do tijolo. Se isso não bastar para soltar o meio, vou para o verso e faço o mesmo, e removo a peça central do tijolo.
Pela “frente” do plasticard, ligue os furos, cortando com cuidado.
Esse é o momento em que é mais fácil fazer cagada: uma escapada da lâmina ou um pouco de pressa a mais do que devia, e você pode estragar o molde inteiro.
Agora sem o miolo, com muita paciência e uma lâmina afiada, acerte seu tijolo.
Depois de removido o miolo, voce pode desbastar as bordas com muita calma, paciência e uma lâmina nova, até que fique com seu tijolo no tamanho desejado.
Repita até ter tijolos que bastem para algumas variações de posicionamento na base que você for usar.
Tenho impressão de que o molde dela é cortado a laser. Não gosto da simetria perfeita, acho que um pouco de irregularidade é bom. Como o plasticard tem uma espessura utilizável, em tese poder-se-ia fazer também textura nas partes sem tijolo, pulando a etapa da colagem de areia, que é meio chatinha, mas pra mim está bom assim já. Note ainda que com o molde irregular, aplicando partes diferentes do molde na base gera bases bem diferentes entre si, o que é um bônus bacana.
Outra coisa: fiz testes com Greenstuff e Durepox, e neste caso o Durepox ganhou. Isso significa muito, vindo de mim, pois Durepox acaba com meus dedos, tenho tipo uma reação alérgica a essa merda que me racha a pele, mas enfim, eis o porquê de Durepox ser o campeão:
1. Cor: é mais fácil de pintar o durepox, e o cinza serve bem como fundo se a cobertura não for perfeita. No durepox só precisei de uma mão de tinta, no greenstuff foram 3.
2. Aderência: o durepox é menos pegajoso que o greenstuff, e ficou menos durepox no molde. Além disso, com GS eu tive que usar vaselina no molde, o que me faz ter que lavar o molde depois de curado com água e sabão (mais trabalho), enquanto com o durepox só uma quantidade generosa de água já bastou.
3. Disponibilidade local: demora 2 meses para eu conseguir greenstuff, e Durepox tem em qualquer lugar.
É isso aí, moçadinha.. Agora vamos botar mãos à massa, que modelo sem base não joga em Masters!
A primeira leva foi de 27 bases, e tenho mais entre 30 a 40 para fazer da próxima.